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terça-feira, 15 de novembro de 2011

NE concentra consumidores com o 1º cartão de crédito



Com mais cartões de crédito na carteira, o nordestino concentra, hoje, 43% das novas adesões ao dinheiro de plástico de todo o País, enquanto o Sudeste responde por apenas 36%. O que representa um salto para o consumo na região, dado que há dois anos a situação era exatamente o contrário. Em 2009, 48,28% eram do Sudeste e somente 29,31% do Nordeste.  

Como consequência, a distribuição geográfica das propostas de novos cartões também aponta crescimento da participação da região, saindo de 19,14% em 2009 para 26,42% em 2011.

É o que mostra estudo divulgado ontem pela Serasa Experian, especializada em serviços de informações para apoio na tomada de decisões. Para realização da pesquisa, a empresa usou informações de 300 mil CPFs e fez comparativos entre os primeiros trimestres de 2009, 2010 e 2011.

Os números revelaram ainda um crescimento de adesões na classe E. No primeiro trimestre de 2009, 52% do total dos solicitantes pertenciam a esse grupo social. Em 2010, esse número cresceu para 54,8% e, em 2011, para 58,5%.

Perfil

Ainda segundo a Serasa, a maioria dos novos clientes de cartão de crédito estão no segmento chamado “periferia jovem”. Esse grupo é formado por jovens trabalhadores de baixa renda com pouca qualificação e por estudantes de periferia e ainda famílias que recebem assistência do Estado. 

Em 2009, revela a pesquisa, 21,75% do total de solicitantes de cartões no Brasil pertenciam a esse segmento social. Em 2010, essa porcentagem chegou a 23,43% e, em 2011, foi para 25,54%. 

Em seguida, veio o grupo denominado “Aspirantes Sociais”, porém, já percebe-se uma redução na demanda desse público.  Em 2009, 19,78% dos brasileiros que fizeram proposta para adquirir cartão de crédito pertenciam a esse nicho. Em 2010, esse número foi para 15,89% e, neste ano, para 15,33%. Fazem parte deste segmento profissionais em ascensão social, donos de pequenos negócios, jovens em busca de oportunidades e também aqueles consumidores indisciplinados.

Alerta
“O levantamento mostra que os públicos emergentes prevalecem, refletindo o maior acesso ao consumo de bens e serviços, inclusive financeiros. O estudo é também um alerta. Como a maioria dos novos entrantes no mercado de cartões são os jovens da periferia, o risco de inadimplência precisa ser adequadamente monitorado, pois estes consumidores normalmente não possuem vivência no mercado de crédito. Ou seja, estariam começando a aprender a lidar com crédito justamente numa modalidade em que os juros são altos. 

Assim, o risco de terem uma primeira experiência frustrante de crédito não é desprezível”, argumenta o presidente da Serasa Experian e aindada Experian América Latina, Ricardo Loureiro.

Inadimplência
De fato, o estudo da Serasa Experian mostrou também que a inadimplência nos primeiros quatro meses após a aquisição do cartão de crédito registrou uma pequena alta neste ano. 

Em 2009, 7,9% dos novos consumidores ficaram com pendências nesse período. No ano passado, esse índice caiu para 4,8%, e, em 2011, houve uma pequena elevação, chegando à casa dos 5% (5,2%).

Mercado menos maduro
Na avaliação do economista Ênio Viana, diretor técnico do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças no Estado do Ceará (Ibef-CE), o fato de o Nordeste ter superado o Sudeste no número de consumidores com seu primeiro cartão de crédito no Brasil já reflete, de cara, a inserção da região como um novo mercado. 

“O Nordeste é um mercado menos maduro, diferente daqueles onde boa parte da população já tem o dinheiro de plástico, e onde fica difícil, portanto, se encontrar muitas novas adesões”, fala.

Renda maior
Ao mesmo tempo, lembra o especialista em finanças, pode-se explicar esse incremento no número de cartões na região também sob o prisma da renda. 

“Por um lado, as administradoras de cartão de crédito estão aceitando pessoas com renda menor; e, por outro, a renda também tem aumentado. Neste aspecto, o Nordeste, por sua vez, tem tido índice de elevação na renda muito forte, superior, inclusive, à média registrada em todo o País”, afirma.

Mas assim como o presidente da Serasa Experian, Viana também é taxativo e faz um alerta: “crédito é muito bom, mas o que falta na nossa sociedade é a educação financeira. As pessoas precisam aprender a usar o crédito de forma responsável, pois, do contrário, com certeza elas poderão ter dificuldade para pagar a conta”, destaca.

Anchieta Dantas Jr.Repórter

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