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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Começa colheita de mamona no Vale do Jaguaribe



Começa safra da mamona, mas a oferta ainda fica aquém das expectativas da demanda do projeto Biodiesel


Pereiro. A Petrobras Biocombustível está recebendo as sacarias (embalagens) cheias da safra da mamona neste semestre no Ceará. Produtores do Vale do Jaguaribe colhem desde a semana passada os frutos dessa oleaginosa, que é a principal matéria prima para a elaboração dos chamados biocombustíveis.

Praticamente todos os produtores da região jaguaribana estão com a safra em fase final de colheita. Se por um lado o sentimento é de satisfação pela produtividade, por outro é de expectativa para que até 2012 consiga ter oferta suficiente de manona para atender à demanda. Ainda falta muito, considerando as metas do projeto.

Sacaria
A Petrobras quer investir mais alto, e os produtores que apresentarem fidelidade à parceria (a estatal compra toda a produção) e que atingiram boa produtividade tem mais chances de se manter no programa de compra antecipada. Até o ano que vem, nove mil produtores do Interior terão R$ 10 milhões da Petrobras Combustível para investir no aumento da produtividade em suas terras.

Desde o dia oito de setembro produtores de Jaguaruana e Ererê, Municípios que mais produzem mamona na região jaguaribana, estão colhendo essa oleaginosa e depositando nas sacarias distribuídas pela Petrobras para "envelopar" a produção. Os técnicos do Projeto Biodiesel no Ceará já entraram em campo para avaliar a produção e a distribuição das sacarias.

Essas visitas já têm gerado resultados positivos. Os técnicos encontraram desde propriedades com mínimo de 350 quilos por hectare a terrenos com até 1,2 mil quilos de mamona produzida por hectare. Isso revela uma produtividade três vezes maior que a média 2010-2011, de 394kg.

Baixa produção
A notícia de que se tem conseguido atingir níveis altos de produtividade em meio a uma produção ainda considerada tímida, mesmo se comparada com a de 40 anos atrás, anima produtores e técnicos do projeto Biodiesel. Um dos desafios do programa no Ceará é combater a ociosidade que pode ser gerada pela oferta muito além da demanda para a produção de biocombustível a partir da mamona.

O programa de produção de biodiesel no Estado foi implantado há quatro anos. O governo do Estado investiu R$ 19 milhões na atividade, mas amarga a produtividade ainda menor que a década de 70. E antes da rentabilidade financeira, outro desafio se apresenta: a promoção social do agricultor familiar nos Municípios.

Para técnicos da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), a grande produção por meio de vários pequenos produtores é o que se poderia chamar, de fato, de desenvolvimento agrário. O desafio do aumento da produtividade de mamona no Ceará é que se possa chegar a níveis que supere o próprio custo da produção - por enquanto, a média monetária é de R$ 520 por hectare, quase o que gasta para produzir.

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