contador de visitas

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Trechos urbanos têm apenas obras pontuais

Enquanto há locais asfaltados e sinalizados, outros estão em condições precárias, prejudicando o trânsito


Quem trafega pelas rodovias federais no Ceará se pergunta quando, afinal, haverá uma solução definitiva para os problemas destas vias. E nem precisa ir muito longe. Nas BRs 116 e 222, nos trechos dentro da zona urbana de Fortaleza, o contraste entre partes asfaltadas e sinalizadas e outras com buracos e sucessivas camadas de recapeamento é gritante.

No site do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), nenhuma das licitações para a superintendência do Ceará está suspensa. No entanto, a reportagem encontrou apenas intervenções pontuais nesses trechos.

Na BR-222, quatro operários da empresa Sinalizadora Paulista, a serviço do Dnit, trabalhavam, na manhã de ontem, na instalação de defensas no trecho entre o viaduto até a entrada de Caucaia. Já na BR-116, havia outra obra de instalação de defensas. No km 9, oito operários da Trama Tecnologia instalavam um fotossensor.

Segundo um dos trabalhadores, que não quis se identificar, o aparelho estaria em pleno funcionamento dali a um mês, mas não soube dizer quantos nem onde outros fotossensores seriam instalados.

Para o pedestre que precisa atravessar as rodovias, no trecho urbano de Fortaleza, o risco é grande devido a falta de passarelas. Apesar das reclamações, não há previsão de construção de novos locais de passagem dos pedestres.

Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa do Departamento, em Brasília, não respondeu ao e-mail solicitado sobre a situação das rodovias descrita nesta reportagem.

PrecariedadeTanto na rodovia 116 quanto na 222, a situação é a mesma. O trecho próximo à Capital, nos dois sentidos, encontra-se com asfaltado esburacado, em vários trechos, e com sinalização vertical e horizontal apagadas.

À medida em que se avança, a situação vai ficando cada vez mais precária, com buracos na via. Em alguns locais, não há sequer a demarcação das faixas, apagadas pelo tempo.

"Eu não trafego [na BR-222] com muita frequência, mas a gente percebe de cara que há um desequilíbrio. Uns pontos estão bons, outros é só a buraqueira", comenta o comerciante Renásio Moraes.

Já o mototaxista Romério de Oliveira Marques, que faz ponto na praça em frente à Igreja Jesus Maria José, no Antônio Bezerra, diz que só na última segunda-feira presenciou dois atropelamentos no local." Todos os dias é uma morte"

PERIGO
Mato nos canteiros prejudica sinalização
Na Rodovia Santos Dumont (BR-116), até as placas que indicam obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão tomadas pelo mato, que se aglomera nos canteiros e no acostamento. Por metros a fio, simplesmente não se consegue ver a base do canteiro. Mesmo no trecho "novo", já existem pontos em que a alça de proteção está amassada por conta de batidas.

Ao longo da rodovia, muitos pedestres e ciclistas se arriscam para atravessar, enfrentando veículos em alta velocidade. Na única passarela para pedestres, parte do piso está quebrado. As grades de proteção estão enferrujadas, quando não faltam, levando risco para quem tem coragem de passar por ali.

Pois coragem é o sentimento das diaristas Cláudia Justino e Sheila Costa, que precisam atravessar a passarela da BR-116 diariamente.

"Nós moramos no Bairro Cajazeiras, e pegamos o ônibus todo dia do outro lado da pista para ir até a Cidade dos Funcionários. No fim da tarde, a gente junta uma turma para passar pela passarela, porque aqui tem muito assalto e gente que usa o lugar como motel. É muito inseguro", desabafa Cláudia.

O taxista Expedito Rodrigues Barroso, 65 anos, também reclama das condições das rodovias federais que cortam o Ceará. "Em 38 anos de trabalho aqui, nunca vi a BR-222 desse jeito. Uns trechos são bons, outros ruins na mesma via. Como é que se explica esta situação?".

Para o sucateiro Glaucivan Pereira da Silva, 26 anos, o problema é a falta de sinalização na BR-116. "Atravessar a rodovia é uma aventura".

Nenhum comentário:

Postar um comentário