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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dengue alcança números de mortes alarmantes no Estado do Ceará



A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) contesta as informações apresentadas pelo governo federal


Na contramão da tendência nacional, os números de óbitos e de casos graves de dengue confirmados aumentaram de forma preocupante no Ceará, segundo dados do Ministério da Saúde. De janeiro ao início de julho deste ano, a quantidade de mortes cresceu 1.100% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de cinco óbitos em 2010 para 60 em 2011.

O número de casos graves confirmados no Ceará também assusta: 582 pessoas contraíram o tipo mais grave da doença neste ano, contra 87 no mesmo período de 2010, o que significa um crescimento de 569%. Enquanto isso, o Brasil registrou queda no número de óbitos e de casos graves, 44% e 45%, respectivamente. Já no Nordeste, a quantidade de óbitos aumentou 26,6% enquanto que os casos graves contabilizados na região diminuiram 23,9%.

Conforme o Ministério da Saúde, o Ceará apresenta hoje a maior variação de casos graves e óbitos por conta da doença no País, além de ocupar o terceiro lugar com relação à variação de casos notificados. Em 2010 foram 9.912, já neste ano este número passou para 56.390, um aumento de 469%.

Porém, o último boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) traz números diferentes daqueles divulgados pelo Ministério. De acordo com o levantamento, até a última sexta-feira, foram confirmadas 51 mortes por dengue, 350 casos por complicação e 34.649 registros foram confirmados. 

O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, explica que existe uma norma do Ministério da Saúde que determina que os estados devem notificar óbitos ou casos graves suspeitos de dengue até 24 horas depois da ocorrência. "Não sei porque esses dados do Ministério aparecem como confirmados. Os números que a Sesa divulga são confirmados por exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) ou pelo Instituto Evandro Chagas".

Mesmo reconhecendo que os números confirmados pela Sesa já configuram uma epidemia, o coordenador afirma que o pior já passou.

Epidemia
A preocupação principal agora é com os casos graves, pois como esta é a quinta epidemia no Ceará em 25 anos, muitas pessoas já tiveram dengue clássica, o que aumenta o risco dos casos de reincidência. "Em 1987, quando houve a primeira epidemia no Ceará, a relação entre casos graves e clássicos era de um para 3.220. Em 2011, essa relação já é de um caso grave para 48 de clássica. E se temos casos mais graves, é maior o risco de morte".

O Ceará já registra a circulação da dengue tipo 1, 2, 3 e 4. Apesar de um ano de epidemia ser seguido por períodos sem grande incidência da doença, fatores, como a disseminação da dengue tipo 4 ou o aumento da infestação do Aedes aegypti podem provocar uma epidemia.

A Sesa informou que publicará hoje uma nota para comentar os dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

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